terça-feira, 24 de agosto de 2010

Lenin e o Capitalismo de Estado Soviético como propulsor do Socialismo

"Ontem a tarefa principal do  momento era nacionalizar, confiscar, abater e aniquilar a burguesia e terminar com a sabotagem; tudo com a  maior decisão possível. Hoje, só os cegos não vêem que nacionalizamos, confiscamos, abatemos e ferimos mais do que tivemos tempo de calcular. A diferença entre a socialização e o simples confisco está em que  é possível confiscar só com decisão, sem a capacidade de calcular e distribuir corretamente, enquanto que sem esta capacidade não se pode socializar (...) comparado com o atual estado de coisas em nossa República Soviética, o capitalismo de Estado seria um passo adiante. Se dentro de seis meses aproximadamente se implantasse o capitalismo de Estado em nossa República, seria  um êxito enorme e a mais segura garantia de que dentro de um ano o  socialismo se consolidaria definitivamente em nosso país  e se tornaria invencível (...)
O socialismo é inconcebível sem a grande técnica capitalista, baseada nos últimos descobrimentos da ciência moderna. É inconcebível sem uma organização estatal planificada, que submeta dezenas de milhões de pessoas ao  mais estrito cumprimento de uma norma única na  produção e na distribuição dos produtos. (...)
O socialismo é inconcebível, além disto, sem a dominação do proletariado no Estado (...) E a história  foi tomando um sentido tão peculiar, que em 1918 deu à luz a duas metades desconexas de socialismo que existiam ao lado de uma outra como dois futuros franguinhos na casca única do imperialismo internacional.  Em 1918, a Alemanha e a Rússia são a encarnação evidente da realização material das condições econômicas, produtivas e sócio-econômicas do socialismo, por um  lado, e das condições políticas, por outro."  
LENIN. Infantilismo de Esquerda e a Mentalidade Pequeno-Burguesa. In: Estado, Ditadura do Proletariado e Poder Soviético. org. Antônio Roberto Bertelli. ed. Oficina de Livros, p. 16-18.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Leonardo Boff e a discriminação católica contra as mulheres

Um dos pontos que mais salta aos olhos como contrário ao sentido do direito é a vigência da discriminação da mulher no seio da Igreja. As mulheres  compõem metade do número dos fiéis, e o número de religiosas é dez vezes superior ao dos religiosos. Apesar disto, são, juridicamente, consideradas incapazes para quase todas as funções de direção na Igreja, com escassíssima presença nos secretariados romanos, nas comissões e sagradas congregações. Em razão de uma tradição cultural assumida também na expressão histórica da palavra de deus, elas são excluídas do acesso aos cargos  ministeriais ligados ao sacramento da ordem. (...)
O argumento básico aduzido pela declaração da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé parece não ser nem o fato da tradição contrária à ordenação sacerdotal das mulheres,  nem a atitude de Cristo, nem a prática dos apóstolos, mas simplesmente de ordem biológica: o  fato de Cristo ter sido  um varão.


BOFF, Leonardo. Igreja: Carisma e Poder. ed. Record, p. 88.