terça-feira, 21 de setembro de 2010

Euclides da Cunha relata a Guerra de Canudos (1896-1897)

"Pregava contra a República; é certo.
O antagonismo era inevitável. Era um derivativo à exacerbação  mística; uma variante forçada ao delírio religioso.
Mas não traduzia o mais pálido intuito político: o jagunço é tão inapto para apreender a forma republicana como a monárquico-constitucional.
Ambas lhe são abstrações inacessíveis. É espontaneamente adversário de ambas. Está na fase evolutiva em que só é conceptível o império de um  chefe sacerdotal ou guerreiro.
Insistamos sobre esta verdade: a guerra de Canudos foi um refluxo em nossa história. Tivemos, inopinadamente, ressurreta e em armas em nossa frente, uma sociedade velha, uma sociedade morta, galvanizada por um  doido."
CUNHA, Euclides da. Os Sertões. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1946.


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